28 de março de 2014

A nuvém refém


Sinto no olhar as cheias desta tempestade por anunciar
No coração a dor de quem não pode escolher o que quer


Estou amarrada numa prisão ao ar livre sem me mexer
Doem-me os cotovelos de me arrastar, não mais consigo avançar


Estou tão triste de só que nem comigo quero mais estar
Não desta forma, dependente de todos os outros para ter


O essencial que é meu por direito, o facto de poder viver!

Falam-me para viver e a vida aproveitar
Frases feitas que nada me ensinam só revela, de forma vasta


O quanto deslocada estou de onde devia estar
E me torturam nesta fossa de lágrimas que me desgasta e agasta!