23 de maio de 2012

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Escrevo e Escrevo, sem nada reflectir
Neste ausência de presença de estar
Não quero falar, tão pouco deixar-me ir
Neste momento tão meu sem nada a partilhar

Falam comigo mas nada me dizem
Tudo o que quero é poder calar
Quando acedo ouvir, deixo que enraizem
Num espaço meu, duro de sarar

Penso muito numa clareza vã
Em momentos quebrados lá fora
...E espectante admiro nova aurora
Que mais que confidente se tornou guardiã

Com mazelas vivo a verdade
De quem te vê em sofrimento
Sem te conseguir alcançar com arte
De te ensinar o meu contratempo

Nem tudo rema a favor da maré
Nem sempre fazemos o mais acertado
Mas acredito poder viver com a fé
De alcançar o mais desejado!




22 de maio de 2012

Faz-te ouvir!!

Outrora procurámos a razão para existir
Dando voltas incertas para nos encontrar
Ausentes de clareza de espírito e consciência
Acreditámos conhecer a verdade da essência
Daqueles que julgamos, em nós espelhados

A vida surge efémera, sem nenhum Norte
Quando a alma se acorrenta ou se esconde
Num retiro sem luz, fechada num forte
De janelas cerradas; Introspectivo, escuta atento
E resgata a tua chama para te guiar no relento!

Queremos adormecer para despertar em levitação
Sem sequer termos sonhado com o ser (-se) pleno
Desconhecendo a sensação de tocar ao leve no feno.
Afastámos de dentro de nós a missão!!
Que partido do prazer tiramos assim da vida?
Sem contemplar a Primavera que floresce na partida?!

Cada estação tem seu tempo escondido
Cada vida tem sua história aprendida
Em cada pessoa sua voz, uma visão
Um trajecto, um destino para uma pauta nascida
Cujos traços aguarda em folha vazia de revelação

Podemos mudar, parar ou lutar a riscar
Porque o que em nós se manifesta
É para ser escutado, transmitido à orquestra
Onde o maestro almeja, e todos o seguem
Na batida sincronizada ao que vem...
A verdadeira melodia de sorriso de arrepiar

Tudo muda no instante em que cala o som da razão
E nos é permito ter autoria na nossa própria canção!

Lugar 15/05/2012

Sinto a cabeça vibrar
Num desiquilíbrio cansado
Até o horizonte se sente ondular!
Meu corpo pede pelo sossego
De um lugar nunca encontrado
Para poder pairar sobre um descanso Descansado!

As obrigações trazem até aqui
O peso de uma balança descompensada
Onde a única dúvida que resta:
Vivo ara trabalhar ou trabalho para Viver?

Sou rebelde e não aceito
Esta rapidez que não me acalenta
Trago a vontade no peito
Que a cada momento me mantém atenta
Para acreditar, mudar e ser Feliz!

Nem sempre reconheço o regresso
De quem por mim sossega a realidade
Passo o tempo nesta desordem Desarrumada
Sem me acomodar ao sentir
De quem cala por nada

Trago sempre a espada da Justiça
Como se a pudesse impune usar
ou se em mim vivesse
A bela arte de jukgar

Cai a arma inofensiva
Para sempre em terra sagrada
No esplendor de um templo por adorar
Vivendo na ânsia de quem lá o for visitar
Para testemunhar a bondade
Que nele faz brotar
Com a transparência da verdade
Neste lugar à espera de quem o for habitar!

As palavras...não! 14/05/2012

Palavras tantas quanto a imaginção
Que te fazem voar na fantasia
Como te levam à exaustão
Palavras usadas sem conhecimento
fogem no momento de pouca razão
Palavras que achamos que tudo dizem,
Quando queremos enriquecer o silêncio
Palavras proferidas desde aprendidas
Num erro conquistado mudam a realidade sentida
Esquece todas essas tantas palavras para te definir
Faz-me antes de mais: Sentir!
Eu escuto-te com o coração
Quando tocas a linguagem da vida
Ter-me-ás agarrada ás tuas histórias,
de silêncio envolvidas no sussurro do olhar
e no romper de uma carícia.

Meu Guardião 18/05/2012

Tocas na cara dorida
Teu corpo duro como um arpão
Esconde a intensa dor sentida
Depois do violento turbilhão

Seguras no peito encharcado
O abraço de uma memória
Avanças, devagar, de andar aleijado
Na conquista de uma vitória

Viajas no vazio do horror
Do que viveste em segredo guardado
Só páras na boca do teu amor
Revelando ali o que te estava destinado.

Dia Negro

Longe do meu porto
Sem falar com humanos
Rodeada de abutres
Ainda estou viva.. porque insistem
em me querer comer?
Mereço muito mais que isto!
Sou muito mais que isto!
Onde me leva este sítio sujo?
Esta rua de todos cospem o chão?
E que só há duas maneiras de fazer mal!
A fazer ou a calar!
Não me vais influênciar!
Não me vais calar!
Não me vais magoar!
Não me vais derrubar!
Quando vieres a mim cheio de raiva,
segurar-te-ei para subir e encontrar
Todo o amor na Tona!
Não me conseguirás puxar JAMAIS!!!