12 de dezembro de 2012

Vestida de nudez

Ontem vesti-me de negro
Negro escuro como carvão
Preto seco envolto em escuridão
Para me fundir no horizonte

Saí à rua Nua de sentir
Nada importa!, acordo só para servir
Já não sei quando vibrei de rompante
Por um olhar intenso, penetrante!

A memória esfuma-se distante
Do estar vivo para querer amar
Um homem, voluntariamente...
No tempo certo, estar e acreditar!

Foge em sonhos nunca sonhados
Pelo que a natureza não me traz
Em dias quentes ou até gelados
Nascer de mim uma paixão de paz!

A chama brota do fervilhar de dentro
No ímpeto eterno do momento
Unido pela devoção dos sentidos
No deleite de vazios preenchidos

Hoje vesti-me de transparente
Transparente como a harmonia
Para seguir em frente
E poder tocar a magia

Amanhã...
Amanhã talvez me vista de Estrela
E brilhe na passagem como a Cinderela...

23 de novembro de 2012

The End



Desfragmentei-me em mil cacos de cristal
Na bela pedra laminada, em caos, esculpida
Fugiu a verdade na hora da honra despida
Pela dúvida traída na mão do que era especial

Rasgaste a placenta desta ternura irreal
Pela afronta a mim ao seres desleal
Não pelo erro estúpido tomado na partida
Mas pelas mentiras afirmadas desde a ida

Sempre na rotura se vê o lado de dentro
Amores perfeitos só em canteiros no jardim
Ao te desacreditar nada florescerá em mim
Só os anos possibilitam um reencontro

Por apagarem memórias que trouxeram dor,
Pelo desprendimento dessa amargura ou rancor!
A verdade nada mais é que uma perspectiva
Na minha visão superaste toda a expectativa

Ao trazeres esse lado negro em punhal
Numa noite fria, coberta de intensa geada
Abriste-me uma ferida da certeza levada
Na solitária convicção de eu acreditar que o mal
Provém do único núcleo onde sou amada
E na tristeza desta trivialidade chegou o nosso final!!


16 de novembro de 2012

Nascida





Começo a ver-me na realidade de quem não consente
Encaixada na Forma para dar vida à alma que tudo sente
Num vestido de medo, desci, numa seda perfeita de triste

Escondida em amor com um propósito de vida diferente!

 
Intenção não tinha!, de me trazer a esta terra vazia
Salpicada pela dúvida e afligida pela arrogância                     
E Resisti a esta frequência imposta na minha profecia

Onde cada sensação ou visão é uma asa sem guia

 
Se me trouxeram até esta cinza Era
Tragam-me agora a real razão

De quem tantos anos espera
Para poder encher o coração


Enraizei no ar, num castelo mudo
Onde os ventos cortam laços

Emaranham em seus traços

Para nao dar muitos passos
Afoguei em mim a dor de tudo!


Mostrem-me agora o Rumo
Para melhorar um pouco o Mundo

Transmutem a tristeza em fumo
O ego quer-se vagabundo..

Faço as pazes com este planeta fecundo
Entro em uno com o seu imenso mar profundo!

São dias...

 

Este dia..
Mais um dia ....e mais outro dia
Que nada faço a não ser esperar
que este dia passe até outro se iniciar!!

14/11/2012

Sopro





Sopro de vento esbatido em temperança
Corre o ar frio nas montanhas da mudança
Cresce o negro céu, debate-se em leveza
Sorri de face inteira, és filho da natureza

Sopra o assobia fresco, marca a fase da bonança
Hoje o dia é fado, nasceu de uma criança
Entrelaçam-se os dedos no girar de uma dança
Balança em carinho, é tempo de uma nova aliança

Sopros vindos de bosques, correm prados de lembrança
Em histórias de embalar conquistadas no enlaço de um abraço
Dos que recordam com amor feito em melaço
No cativar o sono no conforto de uma cama em segurança

Sopras os teus medos num respirar desacelerado
Trouxeram-te sonhos acariciados em voz terna
Adormecerás em núvens feitas de algodão acetinado
Amanhecerás descansado, agora és o urso que hiberna.

O anjo da guarda anuncia aqui a sua presença
Quando sussurra num só sopro a melodia da esperança!

Nov/12

6 de novembro de 2012

Metamorfose



Em rascunhos de um papel encarquilhado

Escrevo sem detalhe de uma letra trabalhada

Rabisco e corrijo, repito até ter um monte amachucado

No desejo de apresentar uma escrita requintada



Por entre o pensar ao desenhar traços e riscos

Ficam palavras novas a fervilhar

Desta mente inquieta que muito quer expressar

Um misto de tristezas e de imprevistos



Relatam a vida como um livro indiscreto

Sem um conteúdo ideal, mal marginado

Duvidoso, com irregularidades nada concreto

Simplesmente alcançado e concretizado



Nas utopias me perco em idealizações

Até trazer à tona curiosidades minhas e alheias

Em pedaços brancos de celulose com imperfeições

Acarinhados pela impaciência destas vivas ideias.


 


30/09/2012




Naufraga de mim



No desembarque das malas por fazer

Escorreguei em trapos despidos de ti

Sofri no chão perante a queda do perder

Derramei sangue na esperança que não vi!



Tudo tem um começo, um meio e um fim

Logo este cruzeiro iniciou marcha sem mim!

Resgatei-me desta praia agora isolada

E agarrei-me a uma âncora que me foi lançada




Em consciência vejo o céu em seu lugar

Na sua aparente estabilidade sem tempo

Sei que não me era possível continuar

Nesta ondulação entre a terra e o mar!



Na tristeza dos dias há muito me esqueci

Que não tenho para onde ir, mas não quero ficar!

Saio neste porto anónimo, aguardando um apoio

De um ombro amigo de quem o partilhar..



E sigo de bagagem, mais pesada, em punho

Até me encontrar na passada da vida

Tenho o mapa guardado sem rascunho

Segui-lo-ei até que me sinta feliz na corrida!         31/11/2012



Inspiramo-nos em nós para conhecer os demais

Espelhando assim conquistas e derrotas

Noutros alguéns tão sós quanto nós

De leve sabor amargo de memórias remotas!


Procuramos no mundo a nossa metade

Como se meia ostra tivéssemos nascido

Dessa busca inglória sem qualquer verdade

Ficamos reféns de uma mente e do ego sentido!



O amor sempre nos une, é belo e translúcido

Jamais se parte ou deixa um ser repartido!

Se inteiros nos entregarmos em seu peito desarmado

Nenhuma parte fica de fora ou quebra em desamparo



Não apaga, não sufoca, não magoa

Só acalma, encoraja.. ilumina!

Quem nele se aconchega e canta em encanto

Floresce a Primavera cobrindo tudo em seu manto



Rega a tua essência viva, sedenta de ti

Conhece-a bem e reconhece o valor por si

Remata-a no teu Ser e acabarás por encontrar lá fora

A oportunidade de ser e viver que te espera Agora!

06/11/2012

19 de setembro de 2012

Céu pintado



Onde me perdi exactamente
No meio desta tempestade de ira
Onde ficou a pureza no olhar quente
Numa voz ausente que já não respira

Por onde ficaram os passos marcados
De uma busca esquecida de amargo
Por onde andaram os meus abraços
Que atormentaram a alma com desamparo

Por quem me transformei nesta corrida
Que não vejo ou entendo aqueles que magoam
Por quem me tomam, gente sem Vida?
So me desejam as lágrimas que desmoronam

Entre destroços de um campo rendido ao desamor
Espalhado nas cinzas convertidas em chamas
Do desencanto de um dia negro cheio de dor
Calaram de pranto as aguçadas labaredas

Como alcançar a esperança vencida?
De quem já não espera para ver o verde nascer...
Neste lugar inóspito largado à tristeza do rancor
Nascido de quereres demasiados sérios para merecer
Um novo amanhã repleto de energia e amor!

Como trazer até dentro deste tornado
A pacificidade de pólen vaguear na orla do vento
Salpicando o horizonte em tons saturados como que o pintando
Para alegrar este céu difícil de contentar no momento!

15 de setembro de 2012

Choro em Coro

 
 
Menino do Coro envolto por minas
Nas amarras do além de se querer
Perdido num lugar cheio de chamas
Onde se sente esquecido num poço sem fundo
 
Desejas o reconhecimento do mundo
Desabas, contantemente, num choro cantado,
Pelo desconcerto em que te vês cansado,
Na mesma melodia de um anjo caído, angustiado
 
Menino do Coro envolvido em tristeza
Exiges, sem pedir, viver por mim
Por quem se quer tornar parte do todo
Numa fase que dura e perdura sem um fim!
 
Não há calor nesta guerra cívil a dois..
O Sol não chega para aquecer, nem antes ou Depois!
Os corpos esfriaram nesta saga de sangue
Ninguém tem força para viver ou seguir adiante.
 
E este dorido presente não estimula só chateia
Ninguém se orienta, só bloqueia
Nem neste dia de calor de Verão traz vida ou Luz
Apenas reflectimos a ira que já nos traduz!
 
Menino do Coro de voz bem afinada
Inteligente e cheio de respostas com vivacidade
Trazes nas palavras a declaração da tua verdade
Numa ânsia ansiosa que esfaqueia de ponta afiada!
 
Cortas o elo remendado em trapilho
Vezes e vezes sem conta rematado!
Na capacidade de recuperar o dano causado
Mal curado, não sarado, só levemente tapado..
 
Menino do Coro de um Coro passado
Tens saudades de tanto,..falhámos demais...
Não sei como fazer esquecer o reprimido e recalcado
 
Ambos sabemos ser curta a vida não haverá muito mais...
E que o amor não chega, não nos tem alimentado
 
Sê feliz onde estiveres, ou voa à superficie
Acalma esta ruptura iminete
Acalma a alma que chora em coro
Vai lá fora e canta no presente
Q´esta guerra não é nossa, é d´outra gente
E escuta-me no silêncio desta fossa
Onde, estendida, fui mordida por uma serpente
Que me sufoca e não me deixa sequer respirar!
  

12 de setembro de 2012

Meu pai

Na sinceridade do teu lindo sorriso espontâneo
Perco-me numa ternura imensa, em ti espelhada
Onde não cabem palavras, vislumbro-te encantada
Num espaço escondido dentro de mim para sempre

E em cada momento preenches-me a alma
Num querer tornar eterna esta rica passagem
Sem medos ou refúgios, vivendo a tua calma
De quem confia no tesouro à espera na outra margem

Revelas a alegria por me dares a mão e carinho
Mesmo quando o piso é tortuoso com espinhos
Que tantas vezes presencias o meu caminhar sem Ver
A sabedoria que trariam tantos outros caminhos por escolher

E jamais desistes de apoiar, aconselhar, ralhar..
Para por fim aceitar! a dor de me veres tropeçar....
Nos trilhos lamacentos que a tempestade deixou
Numa enchurrada qualquer de um clima que mudou!

E eu abraço-te de volta
Num aperto demorado
Sem pressa de seguir,..
sair ou partir!!

Do lugar perto, aconchegado
Que é o teu poema, sem palavra solta
És o oceano no mundo
Que banha a terra MÃE
Sem ti o meu Ser fica mudo!
Sabendo sequer ao que vem!


7 de junho de 2012

Meu Sonho, Sonhado!



O esplendor da beleza que se esconde
Neste recanto da Terra
Fascinando qualquer lenda
Traz Vida, encanto, um refúgio em cada monte
Enchendo as gotas de orvalho com toda a sua riqueza
As nascentes que rompem prados refletem pureza
Num espectáculo que dita à alma uma intensa sede
E que não se sacia em nenhuma fonte

Todo o tempo que por aqui se vive é sagrado
Não se procura no pensar a matéria que daqui nos distancia
Aproximamo-nos da divina essência que tudo presencia
Num chip de consciência profunda de registo gravado

Cada planta, ribeiro ou criatura
Arrepia-nos a pele e fica o sorriso no olhar
Se seguirmos, com respeito, nossos pontos de Luz
Cada célula, átomo se preenchem de ternura
Num amor incondicional que seduz
No transpirar de energia Pura
Transformando-nos de dentro para fora

Houvesse quem te contemplasse num momento assim
Tornava-se ainda mais real, descrito no tempo sem fim
Saúdo a harmonia deste (re) encontro
Tocando o musgo ainda, pela manhã, humedecido
macio, leve com cheiro da terra molhada
Num microclima oferecido, minuciosamente esculpido

Sirvo-me do dorso da árvore onde descanso agora
Sinto-me finalmente em casa, na minha morada!
Ainda enternecida pelo perfeito cenário
Pousa em meu enlace sua Majestade Real
Creio estar abençoada, desde este instante
Quero, mais que tudo, guardar isto num Postal!

Observas-me com o teu olhar penetrante
Podes confiar, nada tens a temer!
Arrasto-me num movimento lento, quase flutuante
Para não esboçar nenhum gesto que faça deixar de te ver
Tento focar-te na minha cãmara, de mão a tremer
Espera! Não voes, permanece por um instante

Num querer tão absorvido que quase me esgana por dentro
Imploro num grito surdo, telepático
De postura forte, ar altivo remas com asas ao vento
Saltas de um penhasco como se este jamais fosse estático
Gelo por dentro, perdi A oportunidade
De guardar a melhor visão que jamais poderia alcançar

Fecho os olhos de impulso, assustando-me em vão
No teu voo de rasia como que em invasão
Dispara a adrenalina do teu impeto súbito
E em acto involuntário enrolo-me como um embrião
E segues direita a mim, sem qualquer hesitação
Aterrando em meu ombro, numa plenitude, de hábito

Sem esperares nada em troca, agitas a emoção
És um ser sábio completamente selvagem
Que te fez vir até mim como uma miragem?
"Sou mensageira da tua verdade
Estarei aqui para despertar a tua espiritualidade"
E por tua opção juntas-te ao meu Ser
Numa forma de sobreviver em nada igual
Unindo-nos um amor tal....
Sentido na mais plena forma, chegado para fortalecer!











Encho o peito de ar
Sinto o dia diferente
Sei que tenho a capacidade de mudar
E olhar o mundo de frente

Acredito ter as respostas
Conforme as peço com gratidão
Sigo com menos pesos ás costas
E avanço sem ler o meu Guião

Sei que se me abrir a luz entra
Se for serena atraio a Paz
Sei que não é facil mas sou capaz
De viver o mundo no ritmo, numa passada lenta

Para todos desejo o melhor
Daria o que tenho para os ver sorrir
Nem sempre nos outros podemos interferir
Temos que viver com essa Dor,

Nada adianta querer ajudar
Quem não pediu o nosso auxílio
Tornan-nos até presunçosos no Dar
..Cada um tem que encontrar o seu júbilo

Estou aqui para quem Me quiser
Espero calma no meu melhor Viver
Chama-me que irei logo que puder
Amo-te desde já, ainda sem Te conhecer!

Ancorar no infinito











Navegante da Incerteza
Errante na passada
Um farol sem leveza
Ilumina com frieza
O barco rumo ao cais
Vai para porto sem abrigo
Não lhe importa os seus iguais
Perdido no tempo, algures num Domingo...

Esconde a Proa no decidido mergulhar
De todos os que esquecidos lá ficaram
Onde em cima tudo parece cintilar
Ali não o encontram, só se for uma bela Sereia

Pode enfim sossegar e recolher as velas
Espera até afundar assente na areia
A madeira irá inchar até começar a rachar
Servindo de refúgio em suas fendas

Encontrou ali o seu procurado Propósito
Parado, ancorado, auxiliando outros, enquanto o mar deixar!

23 de maio de 2012

....

Escrevo e Escrevo, sem nada reflectir
Neste ausência de presença de estar
Não quero falar, tão pouco deixar-me ir
Neste momento tão meu sem nada a partilhar

Falam comigo mas nada me dizem
Tudo o que quero é poder calar
Quando acedo ouvir, deixo que enraizem
Num espaço meu, duro de sarar

Penso muito numa clareza vã
Em momentos quebrados lá fora
...E espectante admiro nova aurora
Que mais que confidente se tornou guardiã

Com mazelas vivo a verdade
De quem te vê em sofrimento
Sem te conseguir alcançar com arte
De te ensinar o meu contratempo

Nem tudo rema a favor da maré
Nem sempre fazemos o mais acertado
Mas acredito poder viver com a fé
De alcançar o mais desejado!




22 de maio de 2012

Faz-te ouvir!!

Outrora procurámos a razão para existir
Dando voltas incertas para nos encontrar
Ausentes de clareza de espírito e consciência
Acreditámos conhecer a verdade da essência
Daqueles que julgamos, em nós espelhados

A vida surge efémera, sem nenhum Norte
Quando a alma se acorrenta ou se esconde
Num retiro sem luz, fechada num forte
De janelas cerradas; Introspectivo, escuta atento
E resgata a tua chama para te guiar no relento!

Queremos adormecer para despertar em levitação
Sem sequer termos sonhado com o ser (-se) pleno
Desconhecendo a sensação de tocar ao leve no feno.
Afastámos de dentro de nós a missão!!
Que partido do prazer tiramos assim da vida?
Sem contemplar a Primavera que floresce na partida?!

Cada estação tem seu tempo escondido
Cada vida tem sua história aprendida
Em cada pessoa sua voz, uma visão
Um trajecto, um destino para uma pauta nascida
Cujos traços aguarda em folha vazia de revelação

Podemos mudar, parar ou lutar a riscar
Porque o que em nós se manifesta
É para ser escutado, transmitido à orquestra
Onde o maestro almeja, e todos o seguem
Na batida sincronizada ao que vem...
A verdadeira melodia de sorriso de arrepiar

Tudo muda no instante em que cala o som da razão
E nos é permito ter autoria na nossa própria canção!

Lugar 15/05/2012

Sinto a cabeça vibrar
Num desiquilíbrio cansado
Até o horizonte se sente ondular!
Meu corpo pede pelo sossego
De um lugar nunca encontrado
Para poder pairar sobre um descanso Descansado!

As obrigações trazem até aqui
O peso de uma balança descompensada
Onde a única dúvida que resta:
Vivo ara trabalhar ou trabalho para Viver?

Sou rebelde e não aceito
Esta rapidez que não me acalenta
Trago a vontade no peito
Que a cada momento me mantém atenta
Para acreditar, mudar e ser Feliz!

Nem sempre reconheço o regresso
De quem por mim sossega a realidade
Passo o tempo nesta desordem Desarrumada
Sem me acomodar ao sentir
De quem cala por nada

Trago sempre a espada da Justiça
Como se a pudesse impune usar
ou se em mim vivesse
A bela arte de jukgar

Cai a arma inofensiva
Para sempre em terra sagrada
No esplendor de um templo por adorar
Vivendo na ânsia de quem lá o for visitar
Para testemunhar a bondade
Que nele faz brotar
Com a transparência da verdade
Neste lugar à espera de quem o for habitar!

As palavras...não! 14/05/2012

Palavras tantas quanto a imaginção
Que te fazem voar na fantasia
Como te levam à exaustão
Palavras usadas sem conhecimento
fogem no momento de pouca razão
Palavras que achamos que tudo dizem,
Quando queremos enriquecer o silêncio
Palavras proferidas desde aprendidas
Num erro conquistado mudam a realidade sentida
Esquece todas essas tantas palavras para te definir
Faz-me antes de mais: Sentir!
Eu escuto-te com o coração
Quando tocas a linguagem da vida
Ter-me-ás agarrada ás tuas histórias,
de silêncio envolvidas no sussurro do olhar
e no romper de uma carícia.

Meu Guardião 18/05/2012

Tocas na cara dorida
Teu corpo duro como um arpão
Esconde a intensa dor sentida
Depois do violento turbilhão

Seguras no peito encharcado
O abraço de uma memória
Avanças, devagar, de andar aleijado
Na conquista de uma vitória

Viajas no vazio do horror
Do que viveste em segredo guardado
Só páras na boca do teu amor
Revelando ali o que te estava destinado.

Dia Negro

Longe do meu porto
Sem falar com humanos
Rodeada de abutres
Ainda estou viva.. porque insistem
em me querer comer?
Mereço muito mais que isto!
Sou muito mais que isto!
Onde me leva este sítio sujo?
Esta rua de todos cospem o chão?
E que só há duas maneiras de fazer mal!
A fazer ou a calar!
Não me vais influênciar!
Não me vais calar!
Não me vais magoar!
Não me vais derrubar!
Quando vieres a mim cheio de raiva,
segurar-te-ei para subir e encontrar
Todo o amor na Tona!
Não me conseguirás puxar JAMAIS!!!

20 de abril de 2012

Sónia




Falar
Só pela necessidade de romper o silêncio

Calar
Até conseguir esquecer o lugar onde vim parar

Rir
Quando por dentro sinto a tristeza de estar só

Olhar
Em redor e não me identificar com nada

Pensar
Que não pertenço aqui, porque aqui estou?

Ao mudar...
Quebrei todo o padrão
Afastei o meu conforto
Fugi da minha segurança
E fui obrigada abandonar
a minha cumplicidade

Parecendo perto, mas longe
Remei no meu sentir
Nadei nas lágrimas caídas
Afundei o coração
Só para não morrer
Na saudade de não te ter!

Muda TU! (18-Abril-2012)



Soubesses Tu
Que o vento
Sussurra em seu assobiar
Contando histórias da floresta

Entendesses Tu
Que o amor
Vai para além do bem querer
Rompendo a barreira do proteger

Vivesses Tu
O tempo necessário para compreender
Que todos os seres possuem uma verdade
Neles existe a saudade
De um mundo por habitar

Fizesses Tu
Parte da realidade
Onde Aceitas, Sentes e Ouves
A vibração vinda do interior
E que te conectasses com os outros

Pudesses Tu
Ser melhor
Escutar com atenção
Amar mais
Respeitar em pleno

Percebesses Tu
Que este planeta é muito mais
Que o teu depósito
Ou que o teu pensar!

Raciocinasses Tu
Que és um NADA
Num vazio infinito
Onde a explosão cósmica
Te transforma em pó

Sentisses Tu
De igual para igual
Contemplando a natureza
Respeitando os seus ciclos

Podias, então,
Estudar as suas emoções e necessidades
Interpretar os seus desejos
Aprender a viver como um todo!
E viverias na emoção
De ter todo um universo
A latejar dentro de Ti!!

Calor (17-Abril-2012)

Acontece a espera....
Dá-se o movimento de inquietude
O coração acelera
Queremos compreender a vida


Acontece a descoberta...
As pupilas dilatam
O sorpo movimenta-se
No entendimento dos sentidos


Acontece o milagre...
De quem espera
Para quem acredita
Na maravilha do querer
Ser e fazer parte da vida.

Está frio aqui.. (06-Março-2012)

Está frio aqui
Gente que se ocupa
De outras esperas
Pessoas ocultas
De rostos esquivos
Olham à volta
Entre o odiar e julgar!

Está frio aqui
Silêncio que abusa
Desde o chegar ao partir
Palavras que ecuam no vazio
Como uma avanlanche de ira.

Está frio aqui!
Ambiente inóspito
Carregado de fel
Como que um sabor podre
De mentes desmentes

Já esteve frio aqui!
Consigo manter-me quente
Cada vez que entro em mim
Voando para bem perto
Da gente da minha esfera!
Tens uma multidão em teu redor


Focaste-te em tudo, chamas a tentação e fechas o amor


Perdes-te em ti, no confuso e no disperso


E vais perdendo o único, a tua guia...


Já em tempo houve quem declarasse guerra ao diferente pos nao o conseguir entender


Mas tantos sao os falhados que dedistem antes da felicidade de alcançar...


Onde rompeste a chegada dessa luta interior?


Em que estado tens a tua alma?


Derramaste luz porque deixaste de acreditar


E eu perdi a chama de uma noite romantica antes de te amar..


Resta acreditar no conserto cósmico,


um saber perceber a vida em seu enlaço


e desejar que tudo te traga até aqui


Onde não saberei se estou


mas a sentir que devia estar..


Um assalto à consciência por querer ir


mas a desejar ser apanhada na fuga


Estou quase a sair daqui...


nao sei se desista de te amar...


Ainda demoras?