27 de agosto de 2014

Se o mar te falasse..

Como se o mar talvez te daqui levasse...
levasse o corpo ou até te encharcasse...
a alma num imenso oceano de água fria
Oceano de dor que até aqui te trazia

Fustigado pelos ventos, em areias adormecidas
Enterraste as mãos num pedido escondido
E afogaste teus olhos nas águas macias
Numa mesma praia, sem corpo vestido!

Vestes apenas tu...
Com esse fato negro escuro de cegueira
Num corpo sem forma trespassado pela claridade
Quase abandonado pela alma, já sem piedade!,
Definas como a erosão de uma rocha costeira

Ninguém quer reparar quando a desgraça magoa
Ninguém parece sequer saber que ali um homem sofre só
Talvez nem num único pensamento te soubesses pessoa
Ou que há sempre quem "reze" por nós!

Nada nem ninguém saberá o que ate aqui te traz
Ou o que trazes em ti que te roubou toda a paz
Mas cada Ser tem por direito uma nova porta, merecida!
Desejo que a tenhas atravessado com vida!

5 comentários:

LuísM Castanheira disse...

vestido de horas incertas
e o mar que, confundido
os teus olhos quer beijar
para não te achar perdido
e com ele te puderes juntar;
uma mão cheia de nada
sem a noite ou alvorada
solidão que ao corpo apertas.

(é a nossa permanente incompreensão...)


lindo poema só agora lido e por ti publicado num regresso querido.

uma foto dentro do sentido e que por si só é outro e o mesmo amor vertido.

um abraço

Vanda Branco disse...

Se o mar me submergir
a tua mão traz-me a tona
e sobre as ondas vou respirar o teu abrigo.

Lindo poema amiga :)
Bjinho enorme

Anónimo disse...

Sinto a vida sem rumo, caminhando divagando, pensando e chorando assim perdida e esquecida num infinito mar de solidão, solidão não por falta de gente, mas sim por falta de rumo… Queria ser como um pássaro, voar alto, vendo apenas a beleza do mundo, da vida, mas isto é apenas um sonho meu... Vou-me encontrar, e arrancar de mim, tudo o que é intemporal, tudo o que me magoa, tudo o que me entristece, encontrando-me apenas em mim a pessoa que sou que fui que ainda cá está, com tanta vida acumulada, continuo a ser eu, mas sem rumo… Instável fiquei, descontrolada nos meus sentidos … Frustrada presa na minha mente, no meu mundo, tenho de sair, sair do que me agonia, de tudo o que me faz mal, o nosso coração bate descompassado… Rumo ao amanhã, sem cordas ou embaraços, com as costas ressequidas de gelo, esse que um dia, me congelou num oceano seco de lágrimas... E fecho os olhos, cerro os ouvidos e desligo-me da minha mente, e faço o meu rumo…

Pedro Antunes disse...

Em tempos confusos a mente se cala e o coração nos engana. Venha a conversa do mar para nossa mente apaziguar.
Podemos ter momentos curtos ou de horas de conversa, certo é a lucidez do outrora incerto.

Lindo Poema! Beijinho!

O Profeta disse...

Às vezes é preciso acordar o silêncio da memória
Ou esperar pelo adormecimento inadiável
Com o gesto sereno e demorado da ternura
Com o acordar do amor rompendo o improvável

Passei para te desejar uma radiosa semana

Doce beijo