Desfragmentei-me em mil cacos de cristal
Na bela pedra laminada, em caos, esculpida
Fugiu a verdade na hora da honra despida
Pela dúvida traída na mão do que era especial
Rasgaste a placenta desta ternura irreal
Pela afronta a mim ao seres desleal
Não pelo erro estúpido tomado na partida
Mas pelas mentiras afirmadas desde a ida
Sempre na rotura se vê o lado de dentro
Amores perfeitos só em canteiros no jardim
Ao te desacreditar nada florescerá em mim
Só os anos possibilitam um reencontro
Por apagarem memórias que trouxeram dor,
Pelo desprendimento dessa amargura ou rancor!
A verdade nada mais é que uma perspectiva
Na minha visão superaste toda a expectativa
Ao trazeres esse lado negro em punhal
Numa noite fria, coberta de intensa geada
Abriste-me uma ferida da certeza levada
Na solitária convicção de eu acreditar que o mal
Provém do único núcleo onde sou amada
E na tristeza desta trivialidade chegou o nosso final!!