6 de novembro de 2012

Naufraga de mim



No desembarque das malas por fazer

Escorreguei em trapos despidos de ti

Sofri no chão perante a queda do perder

Derramei sangue na esperança que não vi!



Tudo tem um começo, um meio e um fim

Logo este cruzeiro iniciou marcha sem mim!

Resgatei-me desta praia agora isolada

E agarrei-me a uma âncora que me foi lançada




Em consciência vejo o céu em seu lugar

Na sua aparente estabilidade sem tempo

Sei que não me era possível continuar

Nesta ondulação entre a terra e o mar!



Na tristeza dos dias há muito me esqueci

Que não tenho para onde ir, mas não quero ficar!

Saio neste porto anónimo, aguardando um apoio

De um ombro amigo de quem o partilhar..



E sigo de bagagem, mais pesada, em punho

Até me encontrar na passada da vida

Tenho o mapa guardado sem rascunho

Segui-lo-ei até que me sinta feliz na corrida!         31/11/2012

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